" O caso que melhor ilustra a estratégia da MSI é o de Nuno Assis. Um dos médios mais talentosos de Portugal, Assis, foi transferido do Vitória de Guimarães para o Benfica em Janeiro de 2005 — aparentemente, tratava-se de uma transferência normal entre dois clubes portugueses. Contudo, a taxa de transferência de 600 000 euros foi paga pela MSI, que seguidamente transferiu o seu registo para o Dínamo de Moscovo; por seu turno, o Dínamo emprestou Assis ao Benfica.

O agente por detrás do negócio foi Jorge Mendes, director executivo da Gestifute, a empresa envolvida em quase todas as mais importantes transferências de futebolistas portugueses nos últimos anos (incluindo a do treinador Mourinho para o Chelsea). Além de receber a percentagem normal pelas transferências dos jogadores (Ronaldo, Postiga, Viana, etc.), a Gestifute faz dinheiro ao comprar e vender percentagens dos valores de transferência dos jogadores.

Embora a Gestifute e a MSI sejam entidades separadas, a sua forte ligação comercial sugere que este poderá muito bem ser o modo de operação da MSI, através da qual os magnatas russos investem na especulação em torno dos «futuros dos jogadores». Este mecanismo, no sentido em que representa a entrada no mercado de forças radicalmente novas, poderá implicar uma mudança dramática no mercado de transferências tradicional."

«Entrar no jogo»: pela Rússia, pelo dinheiro e pelo poder