"Trabalhar, trabalhar, trabalhar. O homem deve impor-se pela qualidade do seu trabalho." É uma das frases preferidas de José Veiga, cuja vida faz jus à velha máxima "subir a pulso". José Veiga nasceu em 1963, na distante aldeia de Seixo de Ansiães. A sua família, humilde, tem mais cinco irmãos (um rapaz e quatro raparigas), resolveu emigrar para o Luxemburgo tinha o menino apenas seis anos. No Grão-Ducado cresceu e, ao longo dos 23 anos em que lá viveu recebeu a sua instrução - tem o 12º ano - e , paralelamente, investiu na aprendizagem de vários idiomas que lhe viriam a ser muito úteis. Hoje fala fluentemente inglês, francês, alemão, italiano e luxemburguês. Entrou no mundo do trabalho como pintor de automóveis, foi delegado comercial, mas começou a realizar a sua fortuna quando entrou no mundo do agenciamento de jogadores.

Pelo meio, ainda no país que o acolheu, fundou, com um grupo de amigos, a casa do F.C. Porto no Luxemburgo, o clube do seu coração. Pouco depois foi convidado para dirigente do Sport Luxemburgo, à altura o maior clube do país.

Com apenas 29 anos regressou a Portugal e começou ai a construir a sua carreira como empresário FIFA, trabalhando maioritariamente com o F.C. Porto. Transferiu Celso e Ralph para as Antas e em 1992 mudou-se definitivamente para terras lusas tomando conta da Futeinveste, pela mão de Joaquim Oliveira. Foi viver para um apartamento em Massamá e conduzia um Volkswagen Golf.

Na empresa do dono da Olivedesportos começou a construir a sua carteira de clientes que passou em 1994 para a sua empresa, a Superfute. Os primeiros grandes negócios ocorreram então, quando transferiu Fernando Couto do F.C. Porto para o Parma e Paulo Sousa do Sporting para a Juventus. Um ano depois levou Figo para o Barcelona.

Em 1998 teve início o processo que levaria ao ódio que muitos dizem ser eterno com Pinto da Costa. José Veiga leva às Antas uma proposta da Lázio por Sérgio Conceição, mas o negócio acaba por ser finalizado por Luciano D'Onófrio. Veiga sente-se passado para trás e começa a guerra. Transfere Figo e Zidane para o Real Madrid e traz Jardel para o Sporting mas acaba de relações cortadas com o goleador acusando-o de ser "um caso clínico".

Pelo meio garante o controlo maioritário do Estoril Praia e do Bonsucesso, do Rio de Janeiro. A sua carreira de empresário cai numa espiral descendente, perde Ronaldo, Quaresma e Tiago para o inimigo Jorge Mendes, perde Figo e acaba por se desligar do agenciamento de jogadores pouco antes de entrar para o Benfica.

Chega à Luz em 2004 pela mão de Vieira para director-geral da SAD. O seu principal triunfo foi ser campeão no ano em que entra no clube, com um treinador escolhido por si - Trapattoni -, ter feito regressar Nuno Gomes à Luz, contratar Miccoli e Koeman. Pelo meio, registo para os insucessos com Tomasson e D'Alessandro. Foi sempre uma figura discutida no Benfica, muito pelo passado ligado ao F. C. Porto.

José Luís Pimenta - 2006-11-15 - JN